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domingo, 17 de agosto de 2014

Indenizações no Morro do Amaral encerram pagamentos coletivos a pescadores afetados por acidente

Pescadores que não compareceram nos pagamentos realizados em São Francisco, Itapoá e Joinville devem entrar em contato com o escritório, através do 0800-644-0660 ou com as colônias de pescadores


A ação organizada pelo escritório Bahr, Neves, Mello e Advogados Associados, nessa sexta-feira (15), movimentou o Morro do Amaral, em Joinville. O objetivo foi efetuar o pagamento das indenizações aos pescadores da Baia da Babitonga, afetados pelo acidente ambiental ocorrido com o navio-barcaça da Norsul em 2008, em Santa Catarina. A aposentada Laura Gomes, de 65 anos, aguardou pouco mais de uma hora na fila, entrou no local de pagamentos com certa dificuldade para caminhar e depois de dois minutos de atendimento, saiu com um cheque de R$ 15 mil em mãos. No rosto ela estampava um sorriso de alívio e quando questionada o que faria com dinheiro, a resposta foi direta. "Vou pagar uma consulta para mim e meu marido, é muito difícil depender do SUS", conta dona Laura.


Emocionada, a pescadora relembra que na época do acidente ela e sua família passaram fome. "A gente depende disso minha filha. Meu avô, meu pai, meu marido e um dos meus sete filhos, todos vivem da pesca. No mar num tinha nem pra comer e depois de quase um ano, ninguém comprava da gente", conta Laura. Nem ela, nem ninguém da família, conseguiu entrar na lista dos que foram contemplados com pensão alimentícia, paga pela Norsul, na época do acidente. "Foram dias de muito sofrimento para nós, Deus ajude que agora a vida melhore", comemora a aposentada.

Histórias como a de dona Laura se repetiam ao longo do dia, como um senhor que caiu em prantos quando soube que, depois de seis anos aguardando, ia receber sua indenização. "Em acidentes ambientais como este ocorrido em 2008, os danos causados ao meio ambiente, muitas vezes, são possíveis de mensurar. Mas poucos têm ideia dos impactos sociais. Em regra as pessoas compreendem a importância do meio ambiente, mas não temos efetivamente a dimensão do valor para a vida e para o cotidiano das comunidades. Esta preservação requer, de fato, um empenho de toda a sociedade e dos governos", afirma o advogado Saulo Bonat de Mello.



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