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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Disfarçado de comédia, espetáculo debate escolhas e questiona papel da arte

Com trilha sonora ao vivo e artistas circenses em cena, "Palhaços" volta aos palcos de Curitiba no dia 10 de julho


O camarim de um circo torna-se palco de uma conversa entre um fã e seu ídolo. O ingênuo vendedor de sapatos Benvindo, ao visitar o palhaço Careta, inicia um instigante diálogo sobre escolhas e expectativas no espetáculo "Palhaços", que entra em cartaz no dia 10 de julho, sexta-feira, no Teatro Regina Vogue.
Se por um lado o nome da peça pode criar a falsa ideia de se tratar de um texto dedicado ao riso, por outro coloca logo de início os dois protagonistas no mesmo time e escancara a condição de ambos. Benvindo (Rogério Soares) é um dedicado vendedor de sapatos cuja grande meta na vida é ser promovido a gerente do estabelecimento onde trabalha. Apesar de ter alimentado o sonho de tornar-se palhaço e fugir com o circo quando criança, acabou desistindo da ideia após ser repreendido pelo pai.
Com a passagem de Careta (Andrew Knoll) pela cidade de interior onde mora, o vendedor resolve fazer uma visita ao camarim a fim de parabenizar seu ídolo. Na conversa que inicia banal, os personagens vão aos poucos revelando segredos que, como num jogo, os conduzem a um psicodrama.
A montagem é baseada no texto homônimo publicado em 1974 pelo brasileiro Timochenco Wehbi (1943-1986). Enquanto o autor cria um ambiente confortável para a plateia soltar o riso no início do espetáculo, o decorrer da trama levanta questionamentos sobre os limites da realidade. O debate, que revela-se tragicômico, reflete ainda sobre a consciência do papel que cada um desempenha na sociedade e a pertinência da arte nesse contexto.

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