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domingo, 14 de outubro de 2012

Primeira do Brasil, Gibiteca de Curitiba completa 30 anos

No próximo dia 15 de outubro, a Gibiteca de Curitiba, espaço da Fundação Cultural, completa 30 anos de fundação. Idealizada no início da década de 1980 pelo arquiteto Key Imaguire, colecionador e crítico de histórias em quadrinhos, ao lado dos também arquitetos Abraão Saade e Domingos Bongestabs, teve como primeiro endereço uma das salas da Galeria Schaffer. Na época, o presidente da FCC era o publicitário Sérgio Mercer, um apaixonado pela arte dos quadrinhos que viabilizou sua abertura numa atitude pioneira, já que não existia no Brasil nenhum espaço cultural nesses moldes. Em 1988, a Gibiteca foi transferida para o Solar do Barão, onde permanece até hoje.



Segundo Imaguire, a Gibiteca de Curitiba não foi apenas a primeira do Brasil, mas do mundo. Para sustentar sua afirmativa, ele conta que em 1988, quando foi convidado para o júri do Salão Internacional da Caricatura de Montreal, pôde conversar com gente do mundo inteiro, inclusive com o norte-americano Will Eisner (1917/2005) – um dos mais importantes criadores de histórias em quadrinhos e uma das maiores influências no desenvolvimento do gênero –, para quem perguntou se existia em algum lugar do planeta uma instituição semelhante. “Todos me garantiram que não”, diz.
Entre as atividades da Gibiteca estão exposições, concursos, encontros com profissionais, palestras, eventos de RPG (Role Playing Game), feiras de gibis, cursos, oficinas e workshops. Essa variedade, de acordo com a coordenadora do espaço, Maristela Garcia, faz com que o público seja bastante eclético. “Crianças, jovens e adultos apaixonados pelos quadrinhos fazem do espaço o mais democrático possível, reunindo ilustradores, designers, artistas plásticos, pesquisadores, professores, estudantes e simples amantes dos quadrinhos”, comenta. Há frequentadores assíduos que leram coleções completas.“Temos um leitor que já leu todos os títulos do Homem Aranha (800 títulos) e agora tem vindo para ler o italiano Tex, uma coleção de 900 títulos”, diz.
Além de biblioteca especializada, trata-se de um centro de formação, um ponto de encontro efervescente e dinâmico que chega a reunir cerca de 100 pessoas por dia, de Curitiba, Região Metropolitana e outras localidades.
São oferecidas 100 vagas por semestre, divididas em cinco turmas, sendo uma para o Curso de Mangá (quadrinhos japoneses) e quatro para o Curso de Desenho HQ (duas de nível básico, uma de intermediário e uma de avançado).
Os cursos da Gibiteca de Curitiba, que custam R$40 por mês e têm a duração de quatro meses, já revelaram alguns grandes talentos dos quadrinhos curitibanos. Em um ano e meio (três semestres) é possível sair de lá desenhando e compondo histórias em quadrinhos. Estudantes que estão se preparando para o vestibular de artes também procuram pelos cursos de quadrinhos da Gibiteca de Curitiba para aperfeiçoamento.
Grandes nomes da HQ brasileira, como Laerte, Angeli, Glauco, Luiz Gê, Primaggio, Malavoglia & Garfunkel, entre outros, já estiveram na Gibiteca trocando informações com a nova geração de cartunistas. Aos poucos, artistas curitibanos também foram despontando no cenário nacional e hoje têm seus desenhos e histórias estampadas em jornais e revistas de todo o Brasil. Este é o caso de José Aguiar, Romolo D’Hipóltyto, André Caliman, RHS (Rafael Higino da Silveira) e Simone Hembecker.

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