O exemplo de revitalização do centro histórico de Curitiba - entorno do Paço da Liberdade - serviu para as duas cidades no Rio Grande do Sul, Novo Hamburgo e São Leopoldo, desenvolverem propostas semelhantes na Rua Grande e na Rua da Independência – respectivos centros históricos das duas cidades gaúchas.
Para conhecer os detalhes da experiência curitibana, o Sebrae/RS organizou visita técnica à capital paranaense. Uma comitiva com mais 30 empresários gaúchos conheceu nesta terça-feira, 1º, a Nova Rua Riachuelo, a Praça Tiradentes, o Paço da Liberdade e Região.
A consultora do Sebrae/PR, Walderes Bello, apresentou aos empresários e representantes do poder público e de entidades, o Projeto Revitalização do Entorno do Paço da Liberdade - iniciativa pioneira do Sebrae/PR, Sistema Fecomércio-Sesc-Senac e Prefeitura de Curitiba.
Etapas - A transformação da Riachuelo é uma das etapas do processo de revitalização do entorno do antigo paço municipal, região central de Curitiba, que contempla quatro eixos: turístico-histórico, conceito, gastronômico e serviços. A meta da proposta é aumentar o movimento de pessoas na região, que durante anos foi deteriorada pela falta de segurança e de investimentos.
Walderes Bello adiantou que a recuperação do prédio do Paço da Liberdade, essencial para atrair novos turistas e visitantes para região, foi o que o motivou o surgimento do Projeto. A gestora destacou a importância da participação do poder público e das parcerias para o sucesso da iniciativa. “Sem esta integração dos parceiros o resultado alcançado seria provavelmente diferente, talvez, teríamos apenas lojas melhor gerenciadas ou apenas calçadas melhoradas. As parcerias foram fundamentais para tornar a região mais atrativa e gerar visibilidade à ideia.”
A gestora avalia as visitas desse naipe são importantes porque os participantes podem a adaptar as ações realizadas em Curitiba à realidade de cada cidade. “Quando atuamos com o comércio de rua, levamos os empresários a olhar o espaço onde estão inseridos de forma mais ampla e integrada. A revitalização do Paço é um processo contínuo de melhorias, que deve durar muitos anos ainda e, talvez, não tenha fim”, explica Walderes.
Marco Aurélio Copetti, gerente do Sebrae/RS, disse que as dificuldades para concretização dos projetos gaúchos são semelhantes ao caso do Paraná: resistência à mudança, ruas degradadas, com pouca iluminação, falta de segurança e atrasos nas obras.
Projetos - O gerente disse que visitas técnicas como a realizada ao Paço da Liberdade despertam a conscientização dos envolvidos nos projetos de revitalização. “Reunir empresários e agentes do poder público e das entidades de classe é importante para que conheçam experiências semelhantes, entendam a complexidade do processo e inspirem-se nas soluções encontradas pelos grupos para solucionar problemas”, destaca Copetti.
A Rua da Independência, em Novo Hamburgo, caracteriza-se pela presença de grandes redes comerciais, por isso, foram inseridos ao projeto de revitalização, empresários de micro e pequenas empresas das vias transversais.
Nilo Renato Pereira, proprietário de uma loja de roupas na Rua Grande, em São Leopoldo, considera a visita técnica como uma forma de olhar para ‘além de seu umbigo’. Além da reforma das calçadas, o empresário almeja que a proposta de mudança na Rua acabe com a poluição visual.
“Minha expectativa é muito grande com esse projeto. O caso de Curitiba vai nos ajudar a tomar algumas decisões. Acredito que a reformulação da Rua eleve a autoestima dos empresários como ocorreu com os comerciantes da Riachuelo”, opina. A Rua Grande tem extensão de oito quadras e abriga 200 empresas.
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