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segunda-feira, 31 de março de 2014

Ròzá torna presente imagem e ideias de Rosa Luxemburgo


Com toques multimídia e mistura de linguagens, Rosa Luxemburgo entra em cena como uma personagem universal, capaz de resgatar seu significado inclusive para a jornada de protestos de meados do ano passado. É assim que a diretora Joana Levi define o retrato da personagem em "Rózà", espetáculo da Mostra do Festival de Curitiba, na coletiva de imprensa realizada nesta segunda (31) no Memorial de Curitiba. "Não é um trabalho histórico. Todas as palavras vieram das cartas de Rosa Luxemburgo, escritas, em sua maioria, em prisões alemãs do início do século 20. Não pretendemos contar a história dela, mas presentificá-la neste momento", disse. O espetáculo, uma das estreias nacionais do Festival, faz referência inclusive ao grupo Pussy Riot, recentemente preso na Rússia por protestar contra o governo de Putin.
Nascida na Polônia, judia, militante cosmopolita, dirigente revolucionária, mulher apaixonada, oradora famosa e antimilitarista, Rosa foi brutalmente assassinada em 1919, dias após deixar a prisão e assumir a linha de frente da revolução alemã. “O que me levou a querer fazer o espetáculo foi ver na figura de Rosa a sua atualidade, uma mulher de hoje e de agora. Rosa Luxemburgo era uma grande revolucionária, um grande espírito e um grande coração. Suas cartas são sublimes, pois nos tocam a alma. Precisamos hoje de seres apaixonados como ela, dessa força feminina sem medo e muita coragem”, define a codiretora e atriz Martha Kiss Perrone.
As cartas de Rosa são interpretadas por três atrizes diferentes e trazidas ao público por meio da palavra, do vídeo, do canto e da música na busca de uma relação sutil e particular entre o momento histórico e o contemporâneo. O público é convidado a entrar em um espaço-instalação que reproduz ora uma casa, ora uma prisão, e acompanhar a trajetória desta personagem, compartilhando suas caminhadas e lutas até a sua prisão e morte.
O interesse de Martha pela vida de Rosa é antigo: “Em 2009 fiz um estágio durante um ano no Théâtre du Soleil, em Paris,e levei uma biografia da Rosa e um cartaz dela com a frase ‘A Liberdade é quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem pensa diferente de nós’”.
“Rózà” é uma peça sobre a paixão de Rosa, conhecida como “Rosa, a vermelha”, mas também sobre a mulher que, como ela mesma diz, “não tem medo e quer tudo”. Nas cartas deixadas por ela, e editadas muitos anos depois, estão as questões encenadas: as paixões e os sonhos de ontem e hoje, aqui, na Alemanha, ou em qualquer lugar onde haja uma mulher sem medo de mudar o mundo.

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