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quarta-feira, 27 de março de 2013

Grutun! encena Romanceiro da Inconfidência

Peça do Festival de Teatro de Curitiba é alternativa de estudo para vestibulandos e universitários


Dramas humanos, fatos históricos e a luta pela liberdade são retratados na peça "Romanceiro da Inconfidência", encenada pelo Grutun! Grupo de Teatro UniBrasil, no Festival de Teatro de Curitiba. A peça é uma adaptação da obra de Cecília Meireles, clássico da literatura brasileira, que retrata, ao longo de 85 romances, a sociedade de Minas Gerais do século XVIII, especialmente os Inconfidentes, além de personagens como a Rainha I, Chica da Silva e Thomas Gonzaga.
O espetáculo, apresentado de 4 a 7 de abril, às 20h, no SESC Água Verde, é um convite a estudantes e amantes da literatura e da história interessados em explorar a Inconfidência Mineira a partir de diferentes pontos de vista. Segundo o diretor do Grutun!, Alex Wolf, todos os anos o grupo monta uma peça voltada à literatura, com o objetivo de promover uma discussão sobre o texto apresentado a partir de diversos olhares.
De acordo com Ricardo Capivara, professor de História do curso pré-vestibular Acesso, a peça tem grande valor para os vestibulandos. "Embora não conste na lista de livros da UFPR desse ano, a obra continua sendo uma leitura referencial e importante para aqueles que querem ter um maior conhecimento e entendimento da história nacional - assunto cobrado nos vestibulares de todo o país", afirma. "A importância literária é inquestionável, principalmente pela visão de Cecília Meireles, que reproduz a visão da época", destaca. Por outro lado, o professor adverte que um olhar criticamente apurado em relação à obra é essencial. "É necessário fazer uma leitura crítica, tanto em relação a Tiradentes, retratado como herói e semelhante à figura de Jesus, quanto à época de criação da obra", considera.
A adaptação de "Romanceiro da Inconfidência" para o teatro é outro fator que estimula os vestibulandos a estudarem de outras formas, e não apenas por meio de livros e apostilas. Segundo Capivara, o teatro aproxima o estudante da obra, além de ser um estímulo a mais. Entretanto, o professor reforça que saber interpretar e analisar criticamente o que é encenado é fundamental. "Embora o teatro aproxime o espectador, não se pode esquecer que se trata de uma manifestação artística - e nem tudo o que é encenado corresponde à realidade", adverte.
Segundo o professor de História da UniBrasil, Valter Fernandes da Cunha Filho, por meio da peça é possível analisar a relação de dependência do Brasil a outros países, na época, e se esta dependência continua nos dias atuais. "Romanceiro da Inconfidência é relevante para que a sociedade possa refletir sobre a relação entre o Brasil e o restante do mundo, tanto no passado como no presente", afirma.

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