Evento, em comemoração ao Dia da Indústria, também homenageou Presidente Faria como Benemérito da Indústria do PR
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) comemorou o Dia da Indústria na noite da última segunda-feira (06) com a entrega da medalha do Mérito Industrial 2011 aos empresários Augusto José Sperotto, da empresa Fiasul, de Toledo; Manoel Lacerda Cardoso Vieira, do Grupo Santa Maria Papel e Celulose, de Guarapuava; e Miguel Gellert Krigsner, fundador do Grupo O Boticário. A honraria é concedida anualmente às personalidades que se destacam pelas contribuições ao parque industrial do Estado e por iniciativas que demonstram o compromisso com o desenvolvimento econômico e social da comunidade onde seus empreendimentos estão instalados.
Na mesma solenidade, a Fiep prestou homenagem póstuma a Joaquim D’Almeida Faria Sobrinho, o Presidente Faria, com o título de Benemérito da Indústria. Presidente Faria foi governador da Província do Paraná e se destacou pelas ações em favor do desenvolvimento da indústria no Estado em meados do século XIX.
Outro homenageado foi o empresário Wolney Betiol, cofundador da empresa Bematech. Ele recebeu a Ordem do Mérito Industrial, título concedido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos empresários que se destacam no cenário nacional.
Os indicados foram escolhidos por uma comissão formada por representantes dos sindicatos empresariais, dos trabalhadores e também dos conselhos da Fiep, do Senai e do Sesi.
Empreendedores generosos - O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, se referiu aos homenageados da noite como “empreendedores generosos”. Segundo Rocha Loures, esta é a característica comum a todos eles. “Todo verdadeiro empreendedor é generoso, não é por outra razão que estas empresas têm sucesso, eles irradiam os melhores valores da humanidade, através do trabalho.”, declarou.
Além do presidente da Fiep, participaram da mesa de honra do evento o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, representando o presidente da CNI, Robson Braga; o secretário estadual de Indústria e Comércio, Ricardo Barros, representando o governador Beto Richa; o diretor da Curitiba S.A., Gilberto Camargo, representando o prefeito Luciano Ducci; o diretor do Museu Paranaense, Renato Carneiro e o presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria do Paraná, Luiz Ary Gin.
Durante seu discurso, Rocha Loures atentou para a necessidade de políticas de governo que melhorem a competitividade das empresas paranaense. “Por mais capazes, por mais corajosos que sejam os empresários, sozinhos não podem realizar aquilo que a sociedade precisa e merece. Precisamos do governo, porque a competitividade de um país não é a soma das competitividades das empresas, é muito mais do que isso, é preciso que o ambiente em que as empresas estejam inseridas seja competitivo.”, observou o dirigente.
Homenageados – O título de Benemérito da Indústria concedido ao Presidente Faria foi recebido pela sua neta Enólia Lins, que na ocasião descerrou uma placa de bronze em homenagem àquele que é considerado o precursor da industrialização do Paraná. Dentre as contribuições de Faria para o desenvolvimento do setor produtivo do Estado, estão a adoção de barreiras alfandegárias e o aumento de impostos para barrar a concorrência desleal de produtos importados, e a implantação de melhores condições para a produção e exportação da erva-mate paranaense. Nesse contexto é célebre uma frase de sua autoria datada de 1886: “O progresso intelectual de cada país tem como preliminar e seguimento o desenvolvimento de suas indústrias.”.
A bisneta do Presidente Faria, Flora Maria Lins França, fez um discurso sobre a pessoa por traz do homem público, um pai de família amoroso e cidadão comprometido com as causas sociais, como o abolicionismo. Na ocasião ela revelou que o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, também é bisneto do Presidente Faria por um ramo da família. Durante a cerimônia, o acervo do Presidente Faria, que inclui documentos e objetos pessoais, foram doados ao Museu Paranaense.
O primeiro homenageado a receber a medalha do Mérito Industrial foi o empresário Augusto Sperotto, de Toledo. Sua história de empreendedorismo e superação começou na década de 1990, quando ele e mais 23 empreendedores investiram em uma indústria falida. “A cooperativa agrícola (Copagro) entrou em liquidação extra-judicial e não tinha recursos para movimentar sua indústria de fios. Para não deixar 290 pessoas desempregadas, assumimos a empresa e, em 1994 voltamos à ativa”, disse o diretor da Fiasul, que hoje gera 520 empregos e produz cerca de 1,2 milhão de toneladas de fios por mês. Sperotto conta que grande parte dos 290 colaboradores ainda permanece no quadro funcional da empresa. “Nosso grande desafio é aumentar a produção, modernizando e melhorando a capacidade intelectual. Por isso, investimos no treinamento e capacitação dos colaboradores”, afirmou o empresário, que recebeu, emocionado, a comenda das mãos do presidente do Sistema Fiep. “Este é o momento mais feliz da minha vida. É uma condecoração importante não só para mim, mas para o município de Toledo”, declarou.
O segundo homenageado da noite foi Manoel Lacerda Cardoso Vieira, cujo sonho e a persistência levaram-no a construir um dos maiores grupos empresariais do Estado, o Grupo Santa Maria de Papel e Celulose, localizado em Guarapuava.
O empresário começou no ramo de madeira e depois migrou naturalmente para o setor de papel quando o mercado de madeira passava por dificuldades. Segundo Vieira, somou-se a esta conjuntura uma curiosidade de infância. “Sempre quis saber como o papel é feito, de onde vinham os livros.”, recorda. Segundo ele, o motor do seu sucesso sempre foi a vontade de melhorar a qualidade de vida da comunidade de Guarapuava. “Coisa que eu mais gosto é ensinar as pessoas, porque sozinho a gente não faz nada.”, pondera o empresário, cujos empreendimentos geram no município 1,2 mil empregos diretos e outros 500 indiretos.
O terceiro homenageado da noite foi um dos mais representativos empresários do Estado, Miguel Gellert Krigsner, do Grupo Boticário. Ao longo da sua história, que começou com uma pequena farmácia de manipulação na Rua Saldanha Marinho, em Curitiba, na década de 70, ele recebeu diversos prêmios e homenagens, tanto no Brasil quando no exterior, mas confessou uma emoção especial ao receber o reconhecimento dos seus pares, os industriais paranaenses. “É um momento muito novo e muito gratificante.”, afirmou.
Em seu discurso, Krigsner agradeceu sua família, que sempre foi o apoiou, principalmente a esposa Cecília “guardiã de tudo que vem sendo feito”, o primo Jaime, com quem iniciou esta jornada, e o cunhado Arthur, que atualmente é o presidente da companhia.
Na sequência o empresário e vice-presidente da Fiep, Wolney Betiol, recebeu a comenda da Ordem do Mérito das mãos do presidente do Sistema Fiep e do diretor da CNI e presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Olavo Machado Júnior. “É uma satisfação representar uma indústria paranaense na Ordem do Mérito. Este é um reconhecimento de um trabalho que começou há 20 anos e hoje tem destaque nacional. Acredito que a grande virtude da empresa é entender as necessidades do consumidor”, disse o sócio-fundador da Bematech. A empresa surgiu no início dos anos 1990 a partir de uma dissertação de mestrado de Wolney e seu sócio. Durante dois anos e meio, a empresa ficou em uma incubadora do antigo Cefet (hoje UTFPR) para daí então se lançar no mercado como líder nacional em equipamentos para automação.
Além das autoridades que integraram a mesa de honra, estiveram presentes na solenidade os deputados estaduais Fernando Scanavaca, Neivo Beraldin, Duílio Genari e Cesar Silvestre Filho, e os federais Luiz Carlos Setim e Dilceu Sperafico, o prefeito de Toledo, José Carlos Schiavinato, além de autoridades estaduais, municipais, representantes da sociedade consular e da sociedade civil.
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