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segunda-feira, 17 de junho de 2013

LA VERITÀ, BELEZA SURREAL

"Com direito a uma pintura de Salvador Dalí desaparecida por décadas como cenário, o espetáculo encerra temporada em Curitiba nesta semana. As apresentações acontecem de quinta (20) a domingo (23) no Guairão”


Acrobacia, dança, palhaços, teatro e música, tudo em uma atmosfera surrealista: essa é a tônica de La Verità, espetáculo da Companhia Finzi Pasca, da Suíça, que encerra temporada em Curitiba nesta semana. Com realização da XYZ Live e produção daSeven Entretenimento, a peça será apresentada de quinta (20) a sábado (22), às 21h, e domingo (23), às 20h – no Teatro Guaira (R: Conselheiro Laurindo, s/n).
Com direito a uma pintura de Salvador Dalí desaparecida por décadas como cenário, a produção conta com Tristão e Isolda, trabalho realizado pelo artista espanhol em 1944. A obra foi concebida para o ballet Tristan Fou, mas ficou perdida por seis décadas, até que, em 2010, a fundação de arte que a encontrou e resgatou entrou em contato com a Companhia Finzi Pasca. Em vez de colocá-la em um museu, a ideia era oferecer a tela para que rodasse o mundo exercendo uma função similar à qual estava prevista.


A partir de então, foi concebido um espetáculo cujo foco está no imaginário onírico proposto pelo surrealismo de Dalí. Com dimensões de 15 metros de largura por nove de altura, a tela enfatiza as figuras de dois seres desolados enquanto um carrinho de mão voa e muletas ficam de pé sem nada suportar. Já no palco, os atores levam a mesma flor dente-de-leão que aparece na pintura. Surge uma enorme cabeça de cavalo e homens vestem máscaras de rinocerontes, entre outras esquisitices.
O comando de tudo isso fica por conta do homem que dá nome à companha, Danielle Finzi Pasca, nascido em Lugano no ano de 1964. De lá para cá, alcançou sucesso internacional com o monólogo Show de Ícaro, desempenhado por ele próprio ao longo de duas décadas, e desenvolveu o espetáculo Donka - uma carta a Chekhov. Além disso, é também o diretor de Corteo - o mais lucrativo espetáculo do Cirque du Soleil. Para seu criador, La verità vai além do trabalho de Dalí citado na peça em um leilão proposto por palhaços: “É uma reflexão sobre Tristão e Isolda, a tradição nórdica dessa história, o surrealismo e os artistas que nos anos 1940 saíram da Europa para fugir da Guerra”, afirma.
A fim de representar estas facetas, a montagem inclui 12 artistas - entre os quais está a brasileira Beatriz Sayad, diretora do espetáculoEstamira - beira do mundo. No intuito de mergulhar no mundo dos sonhos, eles mesclam elementos de circo, cabaré, teatro, canto e dança - mas a parte fundamental é mesmo a acrobacia.
Mesmo com a ausência de uma lógica unindo uma cena à outra, Finzi Pasca destaca que há uma razão para cada artifício utilizado. Neste quadro, figura a relação entre humor e dramaticidade, uma vez que o espetáculo tem - sobretudo - a finalidade de divertir, mas contempla momentos idealizados para tocar o público. “A quebra é um ponto estranho em que alguém está tão feliz que quase quer chorar. Para alguns é difícil de enxergar, mas para nós faz parte do jeito de ver a vida. O drama e o ponto mais cômico ficam muito próximos.”
Em terras onde este olhar seja mais claro ou não, o fato é que La Verità está em turnê mundial desde janeiro. Antes de Curitiba, a trupe já passou por Porto Alegre e depois segue para São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Após solo brasileiro, será a vez da turnê latino-americana, e depois será visto em países europeus como França, Itália, Espanha e Suíça, e ainda na Ásia, Austrália e Estados Unidos.

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