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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Vinhos coloniais continuam no topo do gosto popular

Mesmo com a grande variedade de vinhos finos, bebida adocicada é a preferida por grande parte dos consumidores


Os vinhos finos conquistam a cada dia um maior número de degustadores, ávidos por informações das mais variadas bebidas existentes no mercado. Mas os vinhos de mesa, também chamados de coloniais, ainda estão no topo em termos de venda, produção e preferência do público brasileiro. Aproximadamente 55% das uvas cultivadas no Brasil são destinadas para a fabricação deste tipo de bebida. O restante, 45%, divide-se entre finos e sucos. O vinho de mesa equivale a 70% da produção total dos vinhos no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).


A grande diferença na produção dos vinhos coloniais e dos finos é a fruta utilizada. Os de mesa são feitos com uva Labrusca, ou Americana. No caso dos brancos, é usada a uva Niágara, já os tintos são feitos com a Bordô. Elas se transformam em vinhos frescos, sem taninos. Normalmente o vinho colonial demora em torno de oito meses para ficar pronto, desde a colheita até a venda. A jovialidade do vinho deve ser respeitada pois, quanto mais jovem, mais aromático. A uva do vinho fino é chamada Vitis Vinífera (ou Europeia), em que o tanino é um dos elementos principais e, neste caso, precisa de tempo para amadurecer.

O Paraná possui tradição na produção de vinhos de mesa. A Vinícola Franco Italiano, de Colombo (PR), herdou a fabricação dos vinhos coloniais dos antepassados. “Meus bisavós fabricavam os vinhos e comercializavam em forma de permuta. Trocavam um garrafão por uma galinha, por exemplo. Meus avós mantiveram o comércio de forma mais comercial e, hoje, continuamos lapidando o produto”, explica o produtor da vinícola, Fernando Camargo.
Mesmo sendo um vinho mais barato, as garrafas custam R$ 8,00 e os garrafões R$ 30,00, a elaboração da bebida colonial na Vinícola Franco Italiano passa pela mesma tecnologia dos vinhos finos. Existe rigoroso controle de qualidade nos vinhedos e nos tanques de elaboração.

O perfil do consumidor do vinho de mesa é bastante variado e não depende de classe social. “Normalmente são pessoas que já degustaram este vinho com os próprios pais no passado. Ou então descendentes de imigrantes que os avós ou tios faziam para consumo próprio (o que era muito comum há duas décadas). Além dos consumidores que têm preferência por vinhos adocicados”, explica Camargo.
É verdade que muitas pessoas “torcem o nariz” para os vinhos coloniais, principalmente nos últimos anos, quando a cultura do vinho passou a ser mais conhecida e divulgada. Mas mesmo os entendedores da cultura vinífera sabem a hora de degustar um bom vinho de mesa. “Todo vinho tem sua ocasião para ser consumido. Um exemplo são as pessoas que buscam tomar a bebida para uma boa qualidade de vida e encontram no vinho colonial uma saída perfeita, já que é uma bebida jovem e conserva todas as substâncias que fazem bem ao coração”, diz o produtor da Vinícola Franco Italiano.
A Vinícola Franco Italiano produz vinhos de mesa branco seco, branco suave, rosé suave, tinto seco e tinto suave. As garrafas são vendidas exclusivamente na sede da vinícola, em Colombo.

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