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domingo, 30 de setembro de 2012

Tese de professor da UENP discute processo de ‘diocesanização’ do Brasil

Doutorado explica as conexões entre modernidade republicana e processo de criação de dioceses no Brasil; professor realizou pesquisa no Arquivo Secreto do Vaticano  
 

Em 1889, havia somente 12 dioceses no Brasil, mas apenas 41 anos depois, o território do Estado brasileiro já era divido por 68 dioceses. O 7 de janeiro de 1890, quando é promulgado o decreto nº 119-A, que extinguia o Regime do Padroado no País, será determinante no processo denominado de “diocesanização” do catolicismo na Primeira República brasileira. Toda a contextura desse momento histórico que estava norteado por princípios de modernidade e que foram determinantes para, inclusive, a definição de territórios como o do Estado do Acre que passou a compor o território nacional apenas em 1903 por meio de negociação que foi mediada pela Igreja Católica com os vizinhos Bolívia e Peru, foram estudados pelo professor doutor Maurício de Aquino na tese: “Modernidade republicana e diocesanização do catolicismo no Brasil: a construção do bispado de Botucatu no sertão paulista (1890-1923)”.
Embora o papel da religião e da Igreja Católica na Primeira República não encontre espaço significativo nos livros da área, tais elementos são extremamente importantes para a constituição da História do Brasil da Primeira República e de seu território, acentua o professor. “Se não fosse o fim do Padroado, não haveria a criação de tantas dioceses no Estado Brasileiro naquele momento”. Essa movimentação da Santa Sé, explica Maurício, foi devido à necessidade de a Igreja ocupar territórios e chegar aos recantos civilizados mais longínquos, desmistificando a figura do bispo que era tido como um ser mítico, quase literário pela distância que mantinha do povo, pois daquele momento em diante, o Estado, embora sem a concessão da Igreja em seu discurso oficial, tornava-se laico. 

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