Mulheres ricas

Todo mundo sabe que aquela pirâmide das cartilhas de escola que representava as classes sociais do Brasil dos anos 70 tombou e apenas alguns felizardos daquela época migraram para o novo topo. Pois bem, essa multidão de novos ricos quer desvendar todos os mistérios da nova classe social que passaram a pertencer. Esse aliás, o desconhecido, é o mote do sucesso do programa da TV aberta Mulheres Ricas. Não estamos aqui a falar de marcas, de casas ou lojas chics, isso tudo já é conhecido por um click. A convivência com gente rica de verdade, todos sabem, é uma experiência única. Ela segue as regras dos pobres mortais até um determinado momento, quando o rico, sem deixar recado, ou justificativa, migra para o seu mundo particular. A reserva, às vezes, se baseia em uma indisposição qualquer, ou uma viagem cujas regras e destino só ele mesmo conhece. O rico sempre foi assim, um ser misterioso. E como desvendar totalmente essa realidade? Simples, ganhando na mega-sena, se casando com um milionário ou assistindo ao programa Mulheres Ricas. Ah ah! Pessoalmente, acredito que o melhor que o dinheiro traz é a irrestrita liberdade (e a razão da fórumula: dinheiro dá liberdade, é diretamente proporcional). Em Mulheres ricas, Narcisa Tamborindegui rouba a cena, ou melhor rouba todas as cenas. Meio atrapalhada não cai na armadilha da nossa conterrânea Val que fica desfilando marcas, mostrando a casa e todos os pertences que conquistou. Narcisa é completamente autêntica e é assim desde pequininha quando os Saldanha e Tamborindegui encontravam petróleo nas terras da família de Campos, construíam estradas, ou frequentavam os palácios de governo e o Congresso Nacional. Das janelas do Chopin ouvem-se seus gritos ao Reginaldo do Copa para separar uma mesa, ou mostrar-lhe uma celebridade ali hospedada. Sua vida sempre extrapolou os limites do luxuoso apartamento. Não é qualquer um que pede ao piloto do helicóptero que a deixe mergulhar junto as grandes ondas de Copacabana para chegar logo em casa, sem ter que esperar o pouso regulamentar na Lagoa Rodrigo de Freitas. Narcisa é autêntica, e representa justamente esse sentimento de poder fazer as suas vontades, cheia de charme, alegre, vestida com roupas lindas de grife, cujas marcas, ela jamais lembrará. Viva Narcisa, viva a liberdade e viva a sorte e os mistérios das verdadeiras mulheres ricas, viva.....