Treinos livre e classificatório marcados para quinta-feira são adiados por falta de equipe médica e helicóptero no circuito; "É um pouco assustador ver tanques de guerras nas ruas", afirma Luiz Razia, único piloto brasileiro da categoria
As manifestações políticas no Bahrein, que já vitimaram quatro pessoas nos últimos quatro dias na capital Manama, respingou na GP2 asiática, que disputa a segunda rodada dupla da temporada 2011 neste fim de semana no circuito de Sakhir. A revolta da população por uma reforma governamental (o Bahrein vive um regime de monarquia absolutista há mais de 200 anos) provocou um grande protesto na Praça da Pérola, na capital, e a repressão desses movimentos fez com que a equipe médica e o helicóptero do circuito fossem deslocados para os hospitais locais, para ajudar no resgate dos feridos.
Com isso, a programação do primeiro dia de atividades da GP2 asiática, que consistia de um treino livre e da tomada de tempos, foi transferida para a sexta-feira, uma vez que, sem equipe médica e helicóptero, os carros não podem ir para a pista. Único brasileiro na categoria, Luiz Razia está no Bahrein desde o início desta semana, e vem acompanhando de perto os acontecimentos locais. "Estava tudo bem até chegarmos, mas as coisas têm piorado a cada dia. Os protestos estão crescendo e a polícia, juntamente com o exército, decidiram fazer alguma coisa, então as ruas estão bloqueadas. É muita policia para todo lado; é um pouco assustador ver tanques de guerras nas ruas. Estamos lidando bem com a situação, mas, de qualquer maneira, as coisas não estão indo de acordo com o previsto. Os treinos livres e de classificação foram cancelados, pois não temos helicópteros e nem ambulâncias, pois os médicos estão um pouco ocupados com os protestos."
O terceiro piloto do Team Lotus da F-1 conta que recebeu orientação do governo para não deixar o hotel. "As autoridades pedem para as pessoas saírem de casa. Nós teríamos de ficar no hotel, nós estamos no circuito no momento, mas as coisas não estão indo de acordo. Acho que a segurança não mudou, eles estão bem controlados, mas tem muita polícia na rua. As vias e estradas estão bloqueadas", continua. Como resultado, o treino livre, a tomada de tempos e a primeira bateria da GP2 asiática no Bahrein acontecerão na sexta-feira, com a corrida complementar marcada para o sábado. "Eu gosto daqui, pois foi o palco de minha primeira vitória. A pista tem muitas curvas de alta e uma longa reta boa para disputas, então estou focado em um bom resultado e nos primeiros pontos do ano após os problemas em Abu Dhabi", completa Razia, que cumpre seu primeiro ano como piloto do Team AirAsia na GP2.
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