Elenco estrelado tem Vera Holtz, Camila Morgado e Antonio Petrin
Palácio do Fim, peça encenada neste sábado e domingo no Festival de Teatro de Curitiba, trata da guerra do Iraque. Mas o que o diretor José Wilker faz questão de realçar na montagem é a poética teatral por trás de um tema pesado. A sensibilidade do texto da canadense Judith Thompson cativou o diretor, que põe “as palavras” à frente do “pano de fundo” da guerra.
Em entrevista coletiva neste sábado, Wilker contou que fez questão de vencer resistência inicial que potenciais patrocinadores com o tema para emplacar o que considera ser obrigação do teatro – os assuntos espinhosos. “Tem de separar o que é entretenimento e o que é teatro. Palácio do Fim é teatro. E deu muito certo”, diz ele sobre aceitação do público.
O estrelado elenco tem Vera Holtz como a militante iraquiana torturada; Camila Morgado faz a oficial norte-americana filmada abusando de presos em Abu Ghraib; e Antonio Petrin, o cientista inglês que só revela o que sabe sobre a inexistência de armas de destruição de massa quando a guerra já começou.
Petrin confessa que no início da produção chegou a pensar que o tema não teria aceitação do público. Aí refletiu: “Mas era uma oportunidade de voltar a fazer teatro político. Uma maneira de recolocar isso [no mercado]”.
Wilker transformou os três monólogos do texto original em várias intervenções intercaladas dos personagens. “Me apropriei do texto de forma a encenar da melhor forma.”
O resultado da montagem será conferido em Curitiba no Teatro Bom Jesus, sábado e domingo. Os ingressos estão esgotados.
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