UniBrasil debate as perspectivas econômicas para 2013

Fabio Giambiagi fala com universitários e empresários em Curitiba

"Perspectivas Econômicas para 2013" foi o tema da palestra ministrada pelo economista Fabio Giambiagi na terceira edição do Projeto Academia UniBrasil, que aconteceu na última sexta-feira (12), nas Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil). Giambiagi, um dos maiores nomes do Brasil em Finanças Públicas e em Previdência Social, apresentou o contraste entre as perspectivas a curto prazo - melhores em relação ao quadro de estagnação de 2012 - e médio prazo.
No cenário atual, Giambiagi apontou alguns problemas decorrentes de 2004, quando o Brasil não aproveitou devidamente a boa fase econômica vivenciada na época em que houve uma valorização das commodities, fato extremamente positivo para o país. "Nós crescemos razoavelmente bem, mas não preparamos adequadamente o terreno para continuar avançando". Segundo o economista, o crescimento médio que todos supunham - 4% ao ano, a exemplo de 2003 a 2010 - não deve ocorrer.
Em relação ao crescimento populacional, Giambiagi ressaltou que o país precisa planejar a previdência, pois uma reforma compreendida e aceita pela sociedade deve ser anunciada com antecedência. "As transformações demográficas são lentas, não há por que realizar mudanças de forma traumática, como ocorre quando os países dormem no ponto". Ele destacou ainda que o Brasil tem um regime muito generoso, de modo geral.
Para o professor Clèmerson Merlin Clève, presidente das Faculdades Integradas do Brasil, a discussão proposta por Fabio Giambiagi em relação ao sistema previdenciário é bastante positiva e interessante. De acordo com Clève, a grande preocupação do economista está na possibilidade de o Brasil perder a oportunidade que tem, em virtude da faixa etária da população brasileira. "É necessário mudar o sistema previdenciário, permitir que o país não tenha um custo tão alto com esta questão, especialmente agora que as pessoas estão vivendo mais".
Segundo a coordenadora do Projeto Academia UniBrasil, professora Wanda Camargo, Giambiagi não é extremamente afinado com a política econômica do governo e possibilita ao público do evento, formado por acadêmicos, empresários e comunidade em geral, a possibilidade de ouvir vozes dissonantes. "É muito importante que a universidade se configure como um espaço de todas as tendências e fundamental para os alunos que estão entrando no mercado de trabalho conhecer mais sobre a economia de seu país".
Os representantes da Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de Serviços de São José dos Pinhais (ACIAP), Marlo Leandro Ferrari e Carlos Henrique Kotaka, estiveram presentes no evento para entender um pouco mais sobre as perspectivas econômicas para 2013. "O que aconteceu em 2012 é um reflexo do que vem ocorrendo no mundo todo e as indústrias de São José dos Pinhais também sentiram isso. Viemos assistir à palestra em busca de conhecimento, atualização e informação", disse Ferrari.
Giambiagi é autor de vários artigos em que aborda as variáveis do crescimento populacional brasileiro para os próximos trinta anos, salientando que a população crescerá menos e terá um percentual bem maior de idosos do que era previsto. O economista analisa, também, os impactos que isso terá no mercado de trabalho, nas políticas públicas de saúde e na previdência social. Mestre em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fabio Giambiagi trabalha desde 1984 no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Membro do Conselho Superior de Economia da FIESP, coordenou o Grupo de Análise Conjuntural do IPEA e foi assessor econômico do Ministério do Planejamento.