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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Filhos: sim ou não?

Pesquisa do IBGE revela que o número de casais sem filhos cresceu 33%.

A receita todo mundo já conhece: encontre uma pessoa, namore por um tempo, peça em casamento, curta o noivado, viva o grande o dia do matrimônio e, logo depois, planeje os filhos. Mas, como canta Kid Abelha, “era tudo tão perfeito, se tudo fosse só isso”. Segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2014), elaborada pelo IBGE com base nos dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2013), o número de famílias formadas por casais sem filhos chegou a 19,4% em 2013. Dez anos atrás, em 2004, esse índice era de 14,6%, ou seja, um crescimento de 33%.
O centro da questão, a princípio, parece ser econômico. Ter filhos é caro e uma família numerosa deixa de ser atraente. Segundo levantamento de 2013, feito pelo Instituto de Vendas e Trade Marketing (Invent), um filho pode custar entre R$ 2 milhões (classe A) a R$ 407 mil (classe C), desde o primeiro choro fora da barriga até os 23 anos. Mas outro fator relevante também altera a configuração de família tradicional: a escolha. Se antes as mulheres eram praticamente obrigadas a procriar e continuar o nome da família, os avanços da sociedade contemporânea mudaram esse cenário.
Segundo Sheila Chamecki Rigler, diretora e proprietária da Par Ideal Consultoria em Relações Humanas e Agência Matrimonial, além de Pedagoga com habilitação em Sociologia e Psicologia educacional e Coaching em Relacionamentos, a figura materna ligada à identidade feminina não convence mais. “Muitas mulheres, atualmente, não pensam que o que vai trazer felicidade ao casamento são os filhos, a experiência não é mais tão glamourizada. Ficamos tanto tempo achando que deveríamos procriar que isso se tornou uma norma. Além da questão financeira, é necessário entender que nem toda mulher ou homem tem vocação para ser mãe e pai”, declara Sheila.
Embora essa escolha não seja bem vista aos olhos dos mais conservadores, Rigler afirma que o respeito à escolha deve ser obrigação. “Quando o casal quebra a regra máxima do casamento, isso pode ser encarado de forma estranha. Não seguir as normas parece mostrar aos outros que há algo de errado com o casal ou com a mulher. O que os outros precisam entender é que não há nada de errado. Ter filhos não é e nem deve ser uma obrigação. É preciso pensar toda a responsabilidade que isso traz na vida do casal”, conclui.

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