No segundo trimestre de 2015, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os portos brasileiros movimentaram 255 milhões de toneladas. Do total, 65% passaram pelos terminais privados. Enquanto os portos organizados apresentaram uma queda de 0,7% comparado com o mesmo período de 2014, os TUPs registraram um aumento de 6,1%.
Com a crise que a economia brasileira atravessa, os terminais privados se apresentam como uma saída para atrair investimentos, além de gerar empregos e proporcionar mais competitividade, eficiência e desenvolvimento para os complexos marítimos do país.
O marco regulatório do setor portuário de 2013 definiu novos termos para a exploração dos terminais de uso privado. Desde então, a Secretaria dos Portos já autorizou 38 TUPs, que totalizaram investimentos de mais de R$ 20 bilhões. Para os próximos cinco anos, a expectativa é que o setor privado injete R$ 46,8 bilhões nos portos brasileiros. "O investidor privado passa a ser prioridade do governo, numa parceria para que efetivamente o Brasil possa ampliar sua oferta e sua capacidade de operação portuária", afirma Helder Barbalho, ministro dos Portos.
Mas ainda existem uma série de dificuldades para a instalação de portos privados no país. Nos últimos dez anos, o Paraná viu boa parte dos navios com potencial de atracar em seu litoral procurar outras opções portuárias para carregar os produtos nacionais para exportação ou descarregar o que vem do exterior. E boa parte da frota seguiu para mares vizinhos: Santa Catarina hoje conta com cinco terminais portuários, três deles administrados pela iniciativa privada - em Navegantes, Itapoá e Imbituba - que ampliaram as possibilidades de escolha de quem precisa importar ou exportar e, junto com os portos de São Francisco do Sul e Itajaí, formaram um verdadeiro corredor logístico à beira-mar, comparável aos mais eficientes modelos europeus. "Enquanto isso, o Paraná segue na dependência do porto de Paranaguá, que é principal exportador de grãos do país, mas que vê a concorrência aumentar. No primeiro semestre de 2015, o porto de Rio Grande (RS) já superou o terminal paranaense na preferência para o escoamento da soja", diz Ricardo Bueno Salcedo, diretor de Porto Pontal.
O projeto do novo terminal paranaense demorou mais de 15 anos para sair do papel. Agora, com o lançamento da pedra fundamental previsto para o primeiro trimestre de 2016, a expectativa é que Porto Pontal amplie em 55% a capacidade portuária do estado, que passaria de 45 para 70 milhões de toneladas. "As burocracias e os interesses contrários ao novo porto foram muitos, mas nosso objetivo é contribuir com o desenvolvimento econômico e social da região. Será um grande avanço no setor portuário. Mesmo com as dificuldades que o Brasil enfrenta, Porto Pontal simboliza a confiança que temos no futuro do país", garante Salcedo.
Com investimento aproximado de R$ 1,5 bilhão, o Terminal Portuário Porto Pontal irá ocupar um espaço de mais de 600 mil m² - e contará com um pátio de 450 mil m², o que constitui a maior área para depósito de contêineres do país. O novo porto prevê ainda a geração de mais de 7 mil empregos - diretos e indiretos - e a implantação de uma série de projetos socioambientais para trabalhadores do porto e para a população de Pontal do Paraná.
Parado desde agosto do ano passado, o processo de revisão da poligonal portuária do estado é fundamental para liberar novos investimentos e aumentar a competitividade dos portos paranaenses. “O futuro do Paraná depende da nova poligonal do Porto de Paranaguá. Estes investimentos vão acontecer de qualquer forma e com a revisão, podemos garantir que sejam feitos no Paraná ”, afirma João Arthur Mohr, consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná - Fiep.
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