A Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba abre as apresentações da III Bienal Música Hoje, festival internacional de música contemporânea que acontece em Curitiba, estabelecendo um diálogo entre a produção musical brasileira e o que de melhor se tem criado em todo o mundo, nessa área. Os concertos acontecem na Capela Santa Maria, às 20h de sexta-feira (14) e às 18h30 de sábado (15), sob a regência do maestro e compositor gaúcho Márcio Steuernagel.
Junto com as apresentações, acontece também o III Concurso Nacional de Composição Música Hoje, dedicado ao fomento da produção de música orquestral nova por compositores brasileiros. No repertório, as três obras finalistas desta edição do concurso, selecionadas anonimamente por um júri especializado. A obra vencedora será escolhida pelo público e júri presente nas nos concertos.
Abrindo o concerto, a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba realiza a estreia latino-americana de Ramifications, de György Ligeti (1923-2006) – certamente um dos concorrentes à distinção de compositor mais importante do século XX. De escrita densa, polirrítmica e polifônica – ramificada, como o próprio título sugere – esta obra leva a escrita textural de Ligeti, baseada em redes sonoras, para o universo de microtonalidade. Representa a produção própria e icônica de Curitiba ‘Que grandes silêncios maiores há no alto…’ (2014) de Harry Crowl (1958), obra dedicada à Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba e estreada no ano passado sob a regência de Alessandro Sangiorgi. O título foi extraído de um poema de Fernando Pessoa sob o heterônimo de Álvaro de Campos, no qual o autor faz uma reflexão sobre os sons que vão desaparecendo ao longo da noite a partir da perspectiva do morador de um edifício.
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