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terça-feira, 18 de agosto de 2015

ARTISTA PLÁSTICA DENISE ABUJAMRA ABRE EXPOSIÇÃO “ESCRITAS” EM 23 DE AGOSTO, NO SOLAR DO ROSÁRIO

Conhecida pelo trabalho intenso e instigante, a artista plástica Denise Abujamra abre sua sexta exposição individual – “ESCRITAS” – em 23 de agosto na Galeria de Arte Solar do Rosário, em cartaz até 06 de setembro


Entrega e intensidade são muito mais que palavras no vasto dicionário de recursos da artística plástica paranaense Denise Abujamra. São a essência de seu trabalho, como poderá ser constatado em sua nova exposição individual – “ESCRITAS” – com abertura em 23 de agosto, em evento com a presença da artista a se realizar entre 11 e 14 horas na Sala do Artista da Galeria de Arte do Solar do Rosário, onde a exposição ficará em cartaz até 06 de setembro. “ESCRITAS é verso puro”, define Denise Abujamra. “São palavras importantes, às vezes importunas, que teimam, denunciam, mas são veladas. O vermelho é a palavra em cor, que grita versos sussurrados”, define.
A exposição amarra, com a costura coerente da palavra – tomada aqui como forma, como símbolo e imagem, e não apenas como texto discursivo –, uma década de trabalhos da artista. “As três obras mais antigas datam de 2004, da série Ruídos, em acrílica sobre tela 50x60 cm”, revela Denise Abujamra. Ela informa que a exposição trará mais de 30 obras entre trabalhos de pintura (acrílica sobre tela), desenhos e nanquim. “A exposição dessas obras, que estão disponíveis para comercialização durante a exposição, parte de uma seleção muito cuidadosa, que contemplou mais de 50 trabalhos”, explica a artista plástica. A curadoria da exposição é assinada pelo artista plástico Edilson Viriato, com quem Denise Abujamra iniciou seu aprofundamento na área artística, no ano de 2003.
Simultaneamente à exposição, a artista plástica fará também o lançamento do catálogo ESCRITAS, com apresentação assinada pela artista plástica Uiara Bartira. “Nem caligráfica ou gráfica, mas num idioma pessoal e único, desenha cada letra como caracteres visuais codificados um a um, num idioma que não quer ser compreendido nem desvelado, e sim surpreendido”, diz Uiara Bartira a respeito de ESCRITAS em sua apresentação.

Arte que conversa

Pouco antes da abertura da exposição “ESCRITAS” no Solar do Rosário em 23 de agosto, quem esteve no Largo da Ordem até o dia 16 pôde conferir mais um expressivo trabalho da artista, presente na mostra coletiva “Arte 725”, no Memorial de Curitiba. A mostra coletiva no Memorial, encerrada em 16 de agosto, teve entre as peças em exposição a obra “Impunidade”, em que a artista plástica dá voz à indignação brasileira, e também universal, em relação às exacerbadas atitudes de corrupção e desrespeito à cidadania que hoje vêm à tona, em escala global.
Para realizar a obra, a artista levou a público algo que lhe é muito caro: o manequim Franc. “Famoso” personagem no meio artístico, foi adquirido em 1995 no Brás, em São Paulo, quando a artista fazia pesquisas de Doutorado em Psicologia na Bélgica – “compartilhando” posteriormente o espaço do ateliê de Denise Abujamra com vários artistas. “Ele participou nesses 20 anos de muita história. Levá-lo para o Memorial de Curitiba em uma exposição sobre um tema tão importante tem para mim um sentido de entrega pessoal”, enfatiza Denise Abujamra.
Em Impunidade, o manequim teve seus braços articulados retirados e perdeu também seu suporte. O manequim, pintado totalmente de amarelo foi instalado em frente a uma parede pintada de azul, com escritas no rodapé. A obra trouxe a palavra “impunidade” escrita em 32 idiomas. “Franc esteve lá como cada um de nós, exposto, sem braços, sem o suporte estável, amarelo, denunciando a impunidade. A ausência de braços espelha a impotência que sentimos diante da falta de seriedade que percebemos operar nas diversas instâncias de poder”, observa a artista plástica. “Franc não é um objeto inanimado. Para mim, ele pediu para sair do ateliê e manifestar sua indignação, é como se eu mesma, completamente despida de proteções ou máscaras, estivesse lá, expressando uma revolta que é universal. A impunidade está aqui no Brasil, nos corroendo, mas também está em toda parte. É uma denúncia global”, salienta.

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