Por Ana Padilha
Piada pronta entre engenheiros e arquitetos sobre o tempo das obras no Brasil e no Japão: diz-se que uma construção brasileira que tem tempo de duração previsto para 1 ano e meio, não demoraria mais que 6 meses no Japão, porque os outros 12 meses eles usariam para o projeto, planejamento, compatibilização e estudo de cronograma... e só utilizariam os últimos 6 meses para construção propriamente dita.
Folclores à parte, há que se admitir que nós brasileiros deixamos à margem algumas etapas preciosas do planejamento, ávidos em iniciar a concretização dos projetos. Entretanto está comprovado que aprimorar o planejamento, assim como a compatibilização, gera economia, porque encurta o tempo de execução, além de evitar o re-trabalho. Planejamento físico-financeiro e cronograma reduzem custos, tiram a mão de obra ociosa evitando, por vezes, transtornos intransponíveis.
Para a construção de um prédio ou de uma casa atualmente são contratados os profissionais especialistas para estrutura, hidráulica, elétrica, ar condicionado, lareira, churrasqueira, segurança, novidades digitais, etc. Como é possível conciliar todas essas necessidades sem imaginá-las em conjunto?
O arquiteto gerenciador de projetos contribui muito nessa fase do planejamento, otimizando desde espaços que serão necessários para acomodar melhor uma vaga de garagem entre pilares até a espessura necessária para acomodar todo cabeamento utilizado.
Atualmente, deve-se observar a correta dimensão e disposição dos pontos elétricos de acordo com o projeto de interiores, como localização de eletrodomésticos, home theater, ou até aquecedor de toalhas só para ficar com esses exemplos... Não dá mais para se ter fios soltos atrás dos aparelhos ou o famoso T nas tomadas!!!
Enfim, sigamos os japoneses, pois se confrontarmos os prejuízos resultantes da falta de compatibilização, passamos a compreender a necessidade de investirmos no planejamento antes do início da obra. Eficiência é a palavra de ordem!
Ana Padilha é arquiteta.
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