O francês Paul Garfunkel (1900-1981) chegou ao Brasil em 1927, como engenheiro e executivo, e aqui tornou-se desenhista, pintor e cronista de nosso cotidiano, registrando, em imagens e textos repletos de poesia, o país que o acolheu e fascinou, e que era, nas suas palavras, um “estranho e belo país, irritante e envolvente como uma insuportável amante demasiadamente amada”.
O amor pelo por nossa terra é um dos traços mais marcantes do legado de Garfunkel, que deixou uma vasta obra. Uma parte importantíssima, esquecida há décadas, poderá ser vista pelo público a partir do dia 03 de outubro. Com patrocínio do Grupo Positivo e da Fundação Cultural de Curitiba, e realização da iD Editora Cultural Ltda., o MAA – Museu Alfredo Andersen apresenta a exposição “Paul Garfunkel - Imagens do Brasil”, para comemorar o lançamento do livro, com o mesmo título, que reúne em um único volume dois álbuns, editados em 1958 e 1962, em que Garfunkel relata suas viagens pelo país.
O amor pelo por nossa terra é um dos traços mais marcantes do legado de Garfunkel, que deixou uma vasta obra. Uma parte importantíssima, esquecida há décadas, poderá ser vista pelo público a partir do dia 03 de outubro. Com patrocínio do Grupo Positivo e da Fundação Cultural de Curitiba, e realização da iD Editora Cultural Ltda., o MAA – Museu Alfredo Andersen apresenta a exposição “Paul Garfunkel - Imagens do Brasil”, para comemorar o lançamento do livro, com o mesmo título, que reúne em um único volume dois álbuns, editados em 1958 e 1962, em que Garfunkel relata suas viagens pelo país.
“Debret do século XX” é a expressão usada espontaneamente por críticos e curadores ao tomarem contato com os dois álbuns de viagem de Garfunkel, que trazem imagens e lembranças de suas incursões por nosso país, e constituem, nas palavras de Pietro M. Bardi, em 1983, um “patrimônio sem precedentes de anotações em que se notam, além da bravura excepcional do traço, a compreensão e o amor que conseguiu representar”. O primeiro álbum, Imagens do Brasil, lançado em 1958, teve uma edição original de 275 exemplares, em que cada uma das 20 litogravuras foi colorida e retocada à mão pelo pintor. Já o segundo álbum, Novas imagens do Brasil, de 1962, é um relato sobre o périplo de Garfunkel pelas regiões Norte e Nordeste. Foi editado em 250 exemplares, compostos de 20 serigrafias coloridas à mão uma a uma, com textos acompanhados por 22 vinhetas.
O livro que será lançado foi elaborado a partir de raríssimos exemplares das edições originais, de propriedade de herdeiros do artista, e traz 40 textos de Garfunkel – cada um com versões em francês e português, além de uma versão inglesa, e de imagens inéditas, pesquisadas no acervo da família.
Com coordenação de Luca Rischbieter, Mauricio Vieira e Armando Merege, a exposição reúne dezenas de imagens, entre aquarelas, desenhos, pinturas e fotografias. O grande destaque são os raríssimos originais das 20 serigrafias e 20 litogravuras coloridas à mão que compõem os dois álbuns de viagens de Garfunkel.
Autodidata, profundamente influenciado pelo Impressionismo, mas sem se associar a tendências e movimentos da época, Garfunkel recorreu ao desenho, à aquarela e ao desenho-aquarela para retratar os homens, as paisagens, animais, hábitos e costumes brasileiros, “interpretando a relação conflitante do homem com o mundo”, segundo o crítico de arte Fernando A. F. Bini.
Nossa intenção é divulgar uma obra que, décadas mais tarde, tornou-se ainda mais importante em termos documentais e artísticos. Fazemos a todos um convite para virem ao MAA, conhecer uma obra que o grande Pietro Bardi definiu como um “patrimônio sem precedentes” – Mauricio Vieira, idealizador do projeto.
O artista
Paul Garfunkel nasceu em Fontainebleau, próximo a Paris, em 1900 e faleceu em Curitiba, em 1981. Chegou ao Brasil em 1927, casado com Hélèna Garfunkel, para ser funcionário de alto escalão de uma empresa francesa. Poucos anos depois, ao tomar o partido dos paulistas na Revolução de 32, perdeu o emprego e o ótimo padrão de vida. Para economizar, a família Garfunkel – com dois filhos - mudou-se para Santos, onde Paul, desempregado, começou a pintar e a desenhar.
Em 1936 Garfunkel iniciou uma grande jornada pelo interior do Paraná, marcada por insucessos empresariais e por uma atividade sempre intensa de desenhar o que via. No início dos anos 1950, finalmente instalou-se em Curitiba, onde sua esposa liderava a Aliança Francesa, e tornou-se pintor em tempo integral. Seu atelier transformou-se em um espaço folclórico da cidade e ele um importante membro da comunidade artística. Sua produção se intensificou e, de 1953 até 1981, expôs todos os anos. Seu reconhecimento como um dos mestres da pintura paranaense foi atestado, definitivamente, com a grande mostra individual organizada em 2009 no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba.
Ação Social
Com a proposta de preservar a obra deste artista “franco-curitibano” e presentear a cidade, além da publicação do livro e da exposição dos seus trabalhos, serão realizadas quatro Oficinas de Pintura para 60 crianças de 06 a 12 anos. Com base nas pinturas dos animais feitas por Paul Garfunkel no Centro Juvenil de Artes Plásticas, as oficinas terão carga horária de 2 horas. Desenvolvidas por arte educadores da Casa Labirinto, os encontros contarão também com a participação especial de crianças da Fundação Iniciativa. Todos os participantes receberão um exemplar do livro.
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