A mãe de uma amiga minha nos ensinava, quando éramos crianças, que bonito era o que estava na moda. Dizia que era a moda tão só, que ditava as regras, e o gosto pessoal não passava de um atributo secundário relegado a segundo plano. Naquela época, ela era moderna com roupas, notícias, lugares, restaurantes, viagens, enfim, sua vida era orientada pela bússula da moda e da juventude. Em tempo de sexo, drogas and rock n'roll, eu a via como um topete ambulante, um oco manequim, o anverso da minha ideologia.... Pois é, o tempo passou e hoje acho que a compreendo muito melhor e até tenho saudade daquela sua energia de atualização. Entendo, tão claramente, que o que ela buscava era o que eu ando procurando ultimamente: ler sobre tudo, absorver o que se passa em todos os cantos do mundo, assistir aos filmes na primeira semana, ouvir os jovens, ver as fotos das festas mais bacanas, dos artistas mais lindos, dos bafôs e restôs mais inusitados e inesperados.. Entendo agora que aquela alucinante busca pelo moderno nada mais era do que não perder uma só gota, uma só fibra, um só pedacinho da casca, dessa fruta incrivelmente saborosa que se chama vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário