Na comemoração dos 451 anos do nascimento, sua obra é mais atual do que nunca. Shakespeare é um “guru” para a geração contemporânea. Na análise do crítico literário Harold Bloom, o maior especialista em Shakespeare, a nossa visão do homem foi moldada pela obra do escritor, sobretudo devido à complexidade de seus personagens.
Assim, ao atualizar o sentido da maior história de amor da humanidade, o espetáculo transpõe a tragédia de dois seres apaixonados para o contexto da cultura brasileira, Shakespeare, o inventor do humano, além de sua obra ser por si atual, para aproximá-la mais do grande público, foi colocado uma pitada “dance music”. A ideia é tirar o espetáculo da inacessibilidade e deixá-lo mais solto e fluído. Emoldurado com urdimento contemporâneo, endossando assim as palavras de Frye, quando este afirmou que “O escritor original não é aquele que concebe uma história nova – não existem histórias novas, na verdade -, mas aquele que conta uma das histórias mais famosas do mundo de uma maneira nova” (FRYE, 1999.)
Agregando brasilidade, com suas características culturais e expressões populares, foi introduzida a umbanda e a figura de um “pai de santo” que torna-se o guia espiritual deste mundo devasto e corroído pelos estratagemas sócio-culturais. Julieta, uma prostituta e Romeu, um cara desempregado em busca de sua própria sorte. Como Shakespeare escreveu o final trágico, desfecho dessa história também não poderia ser diferente. Fato esse elucidado através do subtítulo “suicídio”. Mas não porque deixamos de acreditar no amor, mas sim porque em muitas histórias reais de nossa sociedade, pessoas sem a exata condição de existir, persistem em sua sobrevivência usando de subterfúgios e estratégias para tentarem encontrar o grande sentido da vida.
A expressão corporal é evidenciada em lutas, brigas e coreografias burlescas assinadas por Claudio Fontan que amenizam e trazem algum encanto ao paradoxo de ser e existir. A direção do espetáculo fica a cargo do próprio dramaturgo que faz questão de mostrar a real crueza desse submundo com um cenário cru e enxuto. A montagem de Fernando Cardoso tem supervisão artística de Jota Eme.
A expressão corporal é evidenciada em lutas, brigas e coreografias burlescas assinadas por Claudio Fontan que amenizam e trazem algum encanto ao paradoxo de ser e existir. A direção do espetáculo fica a cargo do próprio dramaturgo que faz questão de mostrar a real crueza desse submundo com um cenário cru e enxuto. A montagem de Fernando Cardoso tem supervisão artística de Jota Eme.
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