A data mais saborosa do ano já se aproxima: a Páscoa. E a cozinha do restaurante Lellis Trattoria já está movimentada em torno da data. Enquanto ela não chega, fizemos um aquecimento para a Páscoa. A seguir, confira algumas curiosidades sobre o bacalhau.
Milênios na mesa
Antes mesmo de o bacalhau se tornar um dos pescados mais consumidos no período pascal, os Vikings se alimentavam do peixe durante as longas viagens marítimas no século 9. Mas para isso, passaram a secá-lo ao ar livre (na época o sal não existia) até endurecer – perdendo cerca da quinta parte de seu peso – para poder consumi-lo aos pedaços.
A popularidade cresceu em toda a Europa e, a partir do século 18, a cidade de Kristiansund, na Noruega, tornou-se um lugar importante de compra de bacalhau. Os noruegueses também o chamavam de klippfisk ("peixe precipício"), pois era seco em penhascos de pedra à beira-mar.
Essa versão salgada (a mais consumida) já é produzida há mais de 500 anos, desde a época dos descobrimentos europeus do Novo Mundo. Antes de existir a refrigeração, houve a necessidade de preservar o peixe para aguentar as longas jornadas de navegação.
À moda portuguesa
Os portugueses encontraram o bacalhau nos mares do Ártico e Canadá e aprovaram o seu consumo, pois, com os métodos para deixá-lo seco e salgado, ele se tornou muito durável, além de acessível e agradável ao paladar. Com isso, o peixe passou a fazer parte da cultura daquele povo.
Hoje, quem visita Portugal sabe o quanto o prato é popular por lá. As suas mais variadas receitas encantam os turistas e fazem parte do dia a dia dos portugueses, podendo ser encontradas em restaurantes de todas as cidades, sendo regadas com muito azeite e, geralmente, servidas com batatas.
Dizem que há mais de 365 maneiras de cozinhar bacalhau, uma para cada dia do ano. O peixe também é bastante comum na região da Galícia, na Espanha, e nas colônias portuguesas de Cabo Verde, Angola, Macau — e no Brasil, é claro. Em menor intensidade, ele também é encontrado nas tradições gastronômicas de outros territórios, como República Dominicana e Porto Rico.
O papel da igreja como impulsionador de vendas
Diferentemente do que ocorre na atualidade, na idade média, para a população pobre que raramente podia comprar peixe fresco, o bacalhau era o mais barato e tinha alto valor nutritivo.
E a soberania da Igreja Católica foi um facilitador para a comercialização do pescado. O catolicismo impunha dias de jejum – que compreendiam as sextas-feiras, os quarenta dias da quaresma e muitos outros dias do calendário cristão – nos quais se proibia a ingestão de comidas “quentes” como as carnes; somente as comidas “frias”, como os peixes, eram permitidas. Assim, a carne passou a ser proibida em quase metade dos dias do ano, e os dias de jejum acabaram se tornando dias de bacalhau salgado.
“Tipo bacalhau”
Você sabia que “bacalhau” não é o nome de um só peixe específico? Ele é, na verdade, a denominação para várias espécies de peixes classificadas em vários gêneros, em particular no Gadus, pertencente à família Gadidae.
O que é considerado o mais legítimo entre as espécies (do Atlântico) é o chamado Gadus morhua (o Cod), que vive nas águas frias do Hemisfério Norte (nos mares do Canadá e Noruega). No Brasil, as espécies mais consumidas são o Cod (também chamado do Porto e Imperial), Saithe, Ling e Zarbo.
O melhor bacalhau em Curitiba
Com tanta história e tradição, o melhor é saborear da melhor forma possível o bacalhau. Para isso, o Lellis Trattoria oferece uma opção do prato que reúne a posta nobre do bacalhau, acompanhado de azeitonas pretas, pimentão, cebola, batatas, tomate e ovos, regados com um genuíno azeite português e vinho branco.
O bacalhau de forno – como foi nomeado – serve duas pessoas e custa R$110,00. Além de ser possível encontrá-lo somente nesse período pascal na casa.
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