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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Museu de Arte Indígena chega a Curitiba

Curitiba vai ganhar um presente especial em 2016. O Museu de Arte Indígena - MAI abre suas portas em sede própria, no primeiro semestre do ano, no bairro Água Verde, na capital paranaense. O museu particular, o primeiro do Brasil dedicado exclusivamente a esta produção artística, conta com um dos maiores acervos do mundo. São cerca de 700 peças divididas entre arte plumária, adornos, cerâmica, cestaria, instrumentos musicais, objetos ritualísticos e utilitários. O MAI buscando parceiros e captando patrocínio de empresa que tenham recursos de Lei Rouanet para investir no projeto.
A proposta do MAI é estimular a autorreflexão. A partir da observação dos objetos expostos, o visitante terá subsídios que, somados à explicação da visita guiada, poderão gerar uma nova compreensão e re-significação da cultura indígena, explica a idealizadora do museu, empresária Julianna Podolan Martins. Há mais de uma década, Julianna pesquisa e realiza expedições a diversas etnias brasileiras. “Para compreender quem somos, precisamos integrar a cultura indígena à cultura brasileira”, completa.
O MAI traz em seu âmago a crença de que a transformação da sociedade passa pela inclusão. “Ao conhecer os rituais, hábitos e valores, vamos nos deparar com conceitos que nos parecem muito contemporâneos e vamos perceber que eles são naturais e sempre estiveram presentes na cultura de quem chegou aqui muito antes da gente”, conta Julianna. Ela destaca, por exemplo, o consumo sazonal, a slowfood, o eco friendly, viver com o essencial, exercitar a co-housing, a importância da coletividade, enfim, diversos princípios que estão muito em voga atualmente e são essenciais ao indígena.
O MAI nasceu em Clevelândia, no interior do Paraná, em 2009, com o objetivo de resgatar e preservar a cultura indígena brasileira. A qualidade de seu acervo e os cuidados constantes na manutenção e conservação das peças permite aos visitantes uma verdadeira imersão na cultura indígena. “Queremos democratizar este acervo, considerado o mais importante acervo particular da América Latina”, completa. O MAI é fruto de 17 anos de trabalho da pesquisadora, em inúmeras expedições às regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. As peças garimpadas por Julianna contemplam a diversidade cultural das principais etnias do território nacional. Com curadoria de Ana Itália Paraná Mariano, o museu irá proporcionar uma experiência sensorial, cultural, filosófica, comportamental e artística através da descrição de cada objeto do acervo. Um amplo espaço de eventos reproduz a arquitetura e atmosfera de uma oca. Todas as áreas do MAI foram projetadas para receber cada uma das categorias do acervo. O espaço foi construído com a mais recente tecnologia de climatização, para assegurar temperatura e umidade do ar necessárias para conservar os objetos, muitos deles raros e delicados. O MAI fica na Avenida Água Verde, 1.413, bairro Água Verde, Curitiba.

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