Ainda não existem comprovações específicas sobre a causa do aparecimento do Ceratocone. Segundo estudos, a genética é a principal causa e motivo de alerta. A doença, conhecida por deixar a córnea com um formato de cone, atinge adolescentes e adultos jovens e pode ser confundida numa primeira consulta com outras doenças como apenas miopia ou astigmatismo. "É uma doença distrófica e progressiva que atinge a rigidez da córnea, possibilitando que ela se afine e deforme, tomando um formato de cone", explica a oftalmologista da Clínica Canto, Ana Paula Canto.
Para quem acredita que o Ceratocone é uma doença rara, os números desmentem. É possível que a cada duas mil pessoas, uma apresente a patologia. Apesar de poder ter uma progressão lenta, em alguns casos o avanço pode acontecer de forma mais rápida. "Mesmo com exames detalhados, não é possível prever como será a evolução do problema". Ainda de acordo com a Dra. Ana Paula, a doença tende a parar de evoluir entre 30-35 anos. "Nesta idade, a doença tende a estabilizar, mas continua afetando a qualidade de vida dos pacientes se não houver um tratamento", diz.
Pacientes relatam imagens distorcidas, ou fantasmas, como um dos sintomas. Porém, coceiras frequentes nos olhos também podem ser um sinal. O ato de coçar compromete a resistência da córnea e contribui em muito para a progressão da doença. Com uma estrutura fina e transparente, é através da córnea que a luz penetra nos olhos e qualquer alteração pode comprometer a qualidade de visão. "Uma alteração no formato da córnea, prejudica a incidência destes raios luminosos, fazendo com que a imagem chegue distorcida na retina", conta a médica que ainda revela. "A doença é bilateral, mas normalmente assimétrica. Isso quer dizer que um dos olhos pode ser mais afetado do que o outro". O Ceratocone pode atingir tanto homens quanto mulheres.
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