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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Paraná está a um passo de se tornar pioneiro

Projeto, que teve como base estudo do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, está perto de virar lei. Doença tem incidência 15 vezes maior no estado

23 de novembro é Dia de Combate ao Câncer Infantil.

No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (sexta-feira, 23 de novembro) deste ano o Paraná está muito perto de se tornar o primeiro estado brasileiro a instituir oficialmente um exame em recém-nascidos que detecta uma mutação genética que predispõe um tipo letal de câncer infantil – o tumor de córtex adrenal.
Projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa, baseado em estudo inédito do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP), encontra-se em fase de sanção por parte do governador Beto Richa. A sanção tornará obrigatório no Estado que recém-nascidos passem por exame de DNA para detectar uma mutação genética altamente associada a tumor maligno. O custo de cada exame fica em torno de R$ 8.
Com isso, será possível acompanhar a evolução da criança, localizando precocemente uma eventual incidência do câncer. Na fase inicial, ele é facilmente curável por meio de uma operação simples (da glândula localizada acima dos rins). A doença, que surge normalmente até os dois anos de idade, mata em no máximo cinco anos se for diagnosticada tardiamente.
O tumor do córtex adrenal tem uma incidência 15 vezes maior no Paraná, por conta das características de evolução genética da população (mas não se sabe o que gerou essa mutação). Entre a população geral do país, a incidência é 4 casos a cada 1 milhão de habitantes. Nos EUA, há 0,3 casos para cada 1 milhão.
A cada 33 portadores da mutação, um desenvolve o tumor. O trabalho desenvolvido pelo pesquisador Bonald Figueiredo, do IPP, foi o primeiro rastreamento neonatal do mundo a usar o exame de DNA para identificar mutação genética que predispõe o paciente a câncer.
“Este teste é essencial para diminuir a incidência de câncer na população infantil”, explica Figueiredo. “É o único que permite identificar a probabilidade da criança desenvolver um tumor, além de alertar à família sobre a possível doença também nos demais membros.”
O estudo identificou ainda que a mesma alteração genética está ligada ao desenvolvimento de outro câncer, o carcinoma de plexo coróide (localizado no cérebro e também altamente letal).

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