quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O segredo das hortências vermelhas‏

Há uns 10 anos atrás, mais ou menos, meu irmão se mudou para uma casa e precisava formar o jardim. Minha avó contou para Odete Mocelin, proprietária do Parque Ouro Fino. No dia seguinte, aportava a perua Mercedes da Dona Dedé na casa dele, lotada de mudas de hortências provenientes do viveiro do parque. As plantas foram entregues com uma resenha pelo seu fiel escudeiro, o Lourival,(ele era seu motorista e com a patroa, formava a imagem mais parecida que já se viu de Conduzindo Miss Daisy) que dizia: em que lua deveriam ser plantadas, quando deveriam receber a poda, que distância deveria existir entre uma e outra.... Passados anos de luas novas, cheias, chuvas, invernos, sempre a espera da florada do mês de novembro....Assim, há muitos anos já acontece em Ouro Fino. No mês de novembro o parque é programa obrigatório. Aliás, os pais curitibanos deveriam levar seus filhos até lá antes de pensar em conhecer a casa do Mickey. É um caminho mágico. Paranaense. Lá é possível respirar o ar mais puro. Beber uma água afrodisíaca e caminhar por uma natureza exuberante, que sofreu a interferência de uma pessoa sensível e capaz de deixar um legado de Ouro Fino a todos aqueles que se dispõe a uma passada entre as hortências da Dona Dedé.

O trabalho realizado com amor sobrevive ao homem. Ele continua repercutindo por gerações, como uma mensagem esculpida na pedra... Junto com as mudas encaminhadas para o meu irmão foi um bilhetinho que dizia: "As hortências são azuis como o céu. Mas se você quiser tê-las vermelhas, é só depositar em seu pé um punhadinho de pregos enferrujados, e você as terá".


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